setembro 01, 2009


A / C 


Hoje preenchi a legenda da obra:

Margem, 2009.

Site specific

O site specific acontece no meu trabalho principalmente porque cresci num ambiente e atuo em contextos institucionais em que fui e sou “desafiada” a me posicionar a partir de soluções provisórias. Acho que acabei desenvolvendo um talento pra isso. Nada de gambiarra, ao menos não no sentido festivo. Mas, de qualquer forma, chamar de site specific é amortecer uma resposta que é mais reveladora de uma condição praticamente imposta, do que propriamente uma filiação a práticas conceituais de onde o termo partiu.



Pensando na margem solúvel, preparo o corte na onda com baldes de areia. A margem do deserto vira um flerte com o inóspito porque o margeia. O flerte sendo um modo de fluir em contextos que não contribuem para a fluência (miragem de desenvoltura num ambiente de resistência).

Mas a margem do deserto é também aquela margem de erro que precisei absorver depois de tantas precipitações. Me sinto mais contemplada se trabalho nessa borda e deixo-a passível de desmoronamentos se alguém, ou eu mesma, chuta um ou outro balde.

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